5 de Maio de 2005. Provavelmente já passava das 10 da noite. Faltavam 2 minutos. A decepção apoderou-se e comecei a conformar-me. Mais uma vez iríamos ficar às portas do sucesso. Mentalmente revivi o grande jogo na banheira de Roterdão, a enorme reviravolta frente ao Newcastle. Naquele instante lembrei-me de todas as quintas de sofrimento e alegria que tinham ficado para trás. Tudo para nada. Um minuto para acabar. Canto. Estava conformado. Restava esperar pelo apito final. Tello corre para a bola e numa fracção de segundos duas lágrimas escorreram-me pela face. Foi dos poucos golos que até hoje não gritei! Miguel Garcia tinha cabeceado e a bola entrou. A felicidade era enorme. Não tive reacção. A alegria espelhada em todos aqueles que corriam pelo relvado incrédulos de braços no ar era contagiante. Um minuto depois o jogo acabou. Não valeu um título mas foi inesquecível. O Sporting estava na final da Taça Uefa. Uma das coisas que aprendi é que há que acreditar, até ao último segundo. Sempre!
Hoje, voltamos a ter um encontro marcado com a história. A catedral de San Mamés é um campo tremendamente difícil. Muito poucos lá passaram. Partimos em vantagem mas é curta. Vai ser preciso a força de Varsóvia, a classe e a alma de Manchester e a estrelinha de Kharkiv. Hoje há que olhar para trás e pensar em cada gota de suor derramada, no sofrimento que se passou para aqui estar. Mas ainda há caminho pela frente. Que os deuses do futebol estejam convosco. Acreditem que nós acreditamos em vocês!
Força SPORTING!
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