Adele com 6 prémios em 6 nomeações, entre eles "melhor álbum do ano" e Foo Fighters com 5 em 6 (perdeu apenas na categoria de "melhor álbum do ano" para Adele) entre eles "melhor álbum rock", foram os vencedores dos Grammys, ontem à noite. Estou satisfeito. E não é por ter dito várias vezes que "21" e "Wasting Light" eram na minha opinião os albuns de 2011, mas sim por muito mais que isso, porque se premiou a genuinidade.
Tenho amigos bem mais conhecedores do trabalho dos Foo Fighters que eu. Ainda assim, quando disse que este era o melhor álbum da banda, concordaram comigo. Até diria mais, "Wasting Light" é dos melhores albuns rock que me lembro de ter ouvido até hoje. Através do documentário "Back and Forth" os Foo Fighters e principalmente Dave Grohl, o vocalista e ex-baterista dos Nirvana, despiram-se de preconceitos e mostraram de que matéria é feita uma banda. No melhor e no pior. Sem censuras. É essa verdade e genuinidade que transborda durante todo o documentário (também premiado com um Grammy num ano em que saíram documentários bem mais aguardados como o dos U2 ou dos Pearl Jam) e que nos ajuda a perceber como nasce o novo álbum, todo ele gravado na casa de Dave. E essa frontalidade e verdade nota-se no trabalho.
Já Adele, bom, as letras das suas músicas dizem tudo! É uma Adele transparente que fez das fraquezas força, e que transpira sentimento em cada uma das faixas do seu excelente álbum e que aliás, facilmente se comprova no concerto, já editado em vídeo, no Royal Albert Hall. Quem ouve "Someone Like You" e a forma como Adele o interpreta, facilmente percebe que está ali um pedaço de canção daquelas que perduram com o passar dos anos.
Numa era em que facilmente se criam artistas digitalmente, é de saudar e louvar que artistas como Adele e os Foo Fighters sejam reconhecidos. Aliás, o próprio Dave Grohl, há umas semanas, dizia que a indústria musical precisava de mais artistas como Adele. O mesmo Grohl que meses antes em plena actuação no Optimus Alive dizia que o "Rock and roll is all about people and instruments, not fuckin' computers". Concordo com ambas as afirmações. Dave e a sua banda e Adele são, voltando ao início, artistas wysiwyg, genuínos, verdadeiros e isso vê-se no seu trabalho e felizmente, é reconhecido. Agora é esperar que os Foo Fighters se reúnam mais vezes na casa do vocalista e quanto a Adele, a moça que me desculpe, mas se os desgostos amorosos fazem com que venha ao de cima o que está à vista de todos, menina Adele não me leve a mal mas espero que mande mais umas valentes cabeçadas na parede! Ainda é nova, tem tempo. Fica a perder no momento, mas a médio prazo ganhamos todos!
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