"Today, we became portugueish!"
E assim, com esta frase Bono incendiou completamente o lotado estádio de Alvalade na noite do dia 14! Seguidamente explicou o porquê, agradecendo a condecoração dada pelo presidente da república umas horas atrás, e mostrando aos fãs a Ordem da Liberdade. Este foi apenas um dos momentos de um grande concerto, que contudo ficou algo aquém dos anteriores Zoo TV e especialmente do Pop Mart em 97.
Para mim tinha finalmente chegado a hora!! Ia ver a maior banda do mundo ao vivo, após tão longa espera! O lugar, na bancada, cedo provou ser bom pois o palco para qquer lugar no estádio apresentava-se bem perto. Às 5 da tarde lá entrei e já "só" faltavam mais 5 horitas para os irlandeses subirem ao palco. Entretanto tocaram os Kaiser Chiefs, que não sendo maus de todo passaram um pouco ao lado, pois a ansiedade para ver os U2 falava mais alto.
21.55 - Os 4 elementos da banda aproximam-se do palco, ao som dos gritos dos fãs mais próximos do mesmo que se aperceberam. Foi a loucura!! Cada um toma a sua posição, Bono aproxima-se do micro e diz "Hello! Hello!" retibuído de seguida pelo público. Estava dado o mote para a 1ª música! Em seguida veio a habitual contagem da Vertigo Tour "um, dois, três..catorze!" num português bem falado e estava acendido o rastilho!! "Vertigo" provou que ao vivo funciona bem melhor e mais ninguem ficou de pé. Os saltos invadiram os fãs e nem mesmo as bancadas escaparam.
Em seguida viria um regresso ao passado com temas como "I Will Follow" e "The Electric Co" a que se seguiu um dos grandes momentos do concerto, com um "Elevation" que levou ao rubro a multidão. Aliás, foi inesquecível apreciar como todo, mas mesmo todo o estádio esteve com o quarteto ao longo do concerto! Todas as músicas foram acompanhadas pelas 52 mil vozes presentes, fazendo nalguns casos inclusivé Bono parar de cantar para apreciar. Foi tb engraçado verificar que so à 8ª música do concerto, "City of Blinding Lights", o ecrã gigante atrás da banda se acendeu, fazendo com que até lá os U2 quisessem dar a ideia que apesar de serem os maiores, são como qualquer outros. Cantaram temas do inicio de carreira, apenas acompanhados pelas luzes habituais e por uns efeitos normalissimos. O publico como que os aconchegou para si mesmos, pois a loucura estava instalada. Confesso que aos primeiros acordes de "New Years Day", talvez por ter sido o primeiro clássico mais antigo a ter sido tocado, senti um enorme arrepio! Eu estava lá...eles estavam ali a cantar os hinos que durante tantos anos eu traulitei vezes sem conta. Senti-me nas nuvens..
Um dos momentos mais emocionantes foi quando Bono cantou "Sometimes You Can't Make It on Your Own", música dedicada ao falecido pai, que ele fez questão de lembrar antes do inicio da mesma. Nos 4 ecrãs mais pequenos, que durante o concerto estavam divididos por cada um dos membros da banda, estava Bono a preto e branco e no grande ecrã aparecia o mesmo Bono do lado esquerdo e uma imagem de um boneco do lado direito que ia caminhando na sua direcção ao longo da música. Foi um momento bastante emotivo, antes das 4 músicas seguintes que no fundo chamam a atenção para a guerra e para a procura da paz. Durante "Love and Peace or Else", "Sunday, Bloody Sunday", "Bullet the Blue Sky", Bono colocou uma venda na testa, que mais tarde usou para tapar os olhos donde se podia ler a mensagem Coexist numa alusão às diferentes religiões, em que o "c" tem a forma de meia lua islâmica, o "x" a estrela de David e o "t" simbolizado numa cruz de Cristo.. O 4º tema foi dedicado às vitimas dos atentados de Londres, "We can't become a monster like the one we fight against", e levou a que Alvalade se transformasse pela 1ª vez numa árvore de Natal. "Miss Sarajevo" foi tremendamente bonito, surpreendendo o facto de Bono ter cantado também a parte original da música na qual se ouvia Pavarotti.
De seguida viria aquele que para mim foi "o momento"! No ecrã principal começou a passar a Declaração Universal dos Direitos do Homem em português, que emocionou grande parte dos presentes que contudo não tiveram muito tempo para pensar, pois vieram os acordes iniciais de "Pride (In the Name of Love)", "Where the Streets Have no Name" e "One", que deixou completamente de pé, os já poucos pêlos que ainda existiam nos braços! Seguir-se-ia o 1º encore..
Na onda da tour Zoo TV, o quarteto tocou "Zoo Station" e "The Fly", sempre com mensagens subjacentes no ecrã principal. Foi então dada a oportunidade aos presentes de ajudar África, enviando uma sms, após Bono ter pedido para todos elevarem bem alto o telemóvel naquilo que revelou ser um efeito estrondoso, superior ao dos isqueiros nas baladas. Estava dado o mote para o que viria a seguir..."With or Without You". Já na parte final Bono subiu uma fã ao palco e abraçou-se a ela, fazendo provavelmente que ela tivesse o momento da vida dela..
O fim estava perto e pelo meio do 1º e 2º encore, começa a passar no ecrã gigante os nomes das pessoas que entretanto tinham enviado a sms..os U2 lá voltaram e a "All Because of You" e "Yahweh" seguiu-se aquela que viria a ser a nota final do concerto. Quando todos pensavam que "Vertigo" seria o encerramento do mesmo, os U2 brindaram os fãs portugueses com a "velha" "40" que deixou o publico a cantar, mesmo após as luzes que davam por findo o espectáculo se terem acendido. Entretanto os elementos da banda, um a um, iam agradecendo e saindo do palco, restando para o final o aparentemente gélido Larry.
E pronto..tinha acabado aquilo que serviu de sonho durante muitos anos. Estava consumado, os U2 tinham estado ali a alguns metros a fazerem aquilo que os levou ao mais alto do mundo da música. Provaram porque são os melhores, ficando contudo a ideia que esta Vertigo Tour ficou algo aquém das anteriores. Mas...U2 são U2!! E são tão poucas as vezes que os podemos ver e ouvir de tão perto...
1 comentário:
podes encontrar material do concerto no seguinte link
http://www.pinkfloyd.globalfree.net/u2.htm
tem cenas excelentes!! Videos muito bons, sendo um deles o famoso "today, we become portugues" de Bono. Arrepiante!
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