dezembro 15, 2013

encontros

Há mais de 1 ano que várias vezes por semana, nos cruzamos pela manhã. Ele a descer a rua, eu e o Lucas a subi-la. Alguns dias após o primeiro encontro, percebi que vinha do cemitério, sempre bem cedo. Recordo-me a primeira vez que o Lucas lhe ladrou abanando a cauda "- Se você lhe largasse a trela o que é que ele fazia? Mordia-me, não?". "Claro que não" respondi "olhe para a alegria dele! Está só a dizer-lhe bom dia e a desafiá-lo para a brincadeira". O homem esboçou um sorriso pouco convencido, e seguiu o seu caminho.

Desde então sempre que nos vê, sorri e dá a saudação. Hoje acenou do outro lado da rua e olhou para o Lucas que fazia o seu ritual "louco" de adoração, sempre que vê alguém que já lhe prestou atenção. Cruzá-mo-nos e por momentos voltei a pensar qual seria a história daquele homem. Alguns segundos depois dei por mim a sorrir, satisfeito por aqueles segundos de felicidade que o homem transpira quando nos vê, mesmo que a saudade o acompanhe todos os dias, pela manhã cedo. 

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