Em 1984 ao volante de um Toleman, um brasileiro começou a dar nas vistas no circo da Fórmula 1. A condução agressiva e tremendamente competitiva, muito fruto das corridas de kart, chamou a atenção de quem seguia a modalidade. Um novato, num carro dos menos competitivos da grelha começava a dar luta aos grandes. Cedo se viu que a Toleman começava a ser pequena para tamanha ambição e astúcia ao volante. No ano seguinte, a Lotus. Lembro-me perfeitamente de estar em frente ao televisor e ver, numa chuvosa tarde de domingo no Estoril, um indivíduo com capacete amarelo num carro preto com a publicidade da John Player Special, fazer uma corrida formidável e fazer o carro voar na chuva. Estávamos em 1985 e aí começou a nascer uma lenda na F1 de seu nome Ayrton Senna da Silva. Depois veio a McLaren, os duelos com Alain Prost, muitas pole-positions, três campeonatos do mundo e a fatídica mudança para a Williams, onde só faria 3 corridas antes do maldito G.P. de São Marino a 1 de Maio de 1994.
Este documentário acaba por ser uma justa homenagem a um homem de fortes convicções e de uma raça e coragem acima do normal. A sua ambição, gosto por velocidade e perícia ficaram bem patentes, numa altura em que para vencer um campeonato de F1 o piloto tinha tanta ou mais importância que a máquina. Com a introdução de novas tecnologias o homem passou a ser um autêntico fantoche e hoje em dia, ver uma corrida de F1 não raras vezes dá sono! Hoje em dia, muitas corridas vencem-se nas boxes e não na pista. Por vezes nem ultrapassagens chega a haver. Senna, se fosse vivo, revoltado estaria com o caminho que a modalidade seguiu. Isto porque, como ele faz questão de dizer no documentário quando lhe perguntaram qual o corredor mais difícil que defrontou em pista, Senna responde o nome de um dos seus principais rivais nos karts. Porque na altura não havia politiquices, interesses, dinheiro envolvido. Era só corrida pura. E Senna era isto. Puro e veloz, como muito poucos houve. É pois com eterna saudade, após muita emoção e alguns arrepios, que recomendo este documentário.
1 comentário:
Também me lembro desse chuvoso GP de Portugal em que ele acabou por vencer, com o Prost em 2ª e todos os outros 7 pilotos a várias voltas de diferença. E foi por ele que comecei a gostar de F1. Por isso, quando morreu, perdi todo o interesse. Ainda tentei ver alguns GP mas andava sempre á procura do nome Senna na classificação por isso desisti e deixei de ver F1. Boa semana. :)
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