Em miúdo lembro-me perfeitamente de me rir desalmadamente sempre que ouvia "A Guerra de 1908" na rádio, muitas vezes naqueles programas de discos pedidos que a minha mãe tinha sempre a mania de ouvir. Na televisão foi sempre uma figura daquelas que só o olhar transmite-nos carinho, o meu primeiro encontro deu-se com a peça de teatro, "Há Petróleo no Beato". Fartei-me de rir! Raul Solnado tinha uma facilidade incrível em fazer rir. Era algo inato. Começava as piadas e quando o público estava no auge, dava a estocada final mas sempre mantendo a figura e dizendo-o da forma mais natural possível. Foi, impressionante como custa escrever isto no passado, um dos grandes nomes da televisão portuguesa e atrevo-me mesmo a dizer deste país à beira-mar plantado. Mais uma vez é pena as televisões só se recordarem destes grandes nomes nas horas tristes. Acredito que a nova geração praticamente apenas o conheça de nome, ao contrário de todos os actores dos "Morangos com Açúcar" ou da "Hanna Montana" ou lá como isso se escreve!! E digo isto, porque o humor dele é intemporal, eterno, actual. De quem é a culpa? "Nossa" que na vez de mostrarmos o melhor do que temos, damos telenovelas brasileiras ou portuguesas e afins, resumindo merdice em vez de facultar os nossos tesouros.
Em jeito de "homenagem" fica uma hiperligação para um disco com algum do seu trabalho. RIP. E como ele tanto gostava de dizer "Façam o favor de ser felizes".
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