fevereiro 24, 2008

"Haverá Sangue"

Já pensei várias vezes o que escrever sobre o filme. De repente leio uma crítica de Fernando Oliveira no Cinema2000 que espelha na perfeição o que senti. Passo a transcrever..

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Infelizmente terei de escrever que o sentir que vai tomando conta de nós, ao longo das mais de duas horas e meia do filme, é o aborrecimento.
Terei de escrever, também, que há vários motivos a enaltecer no filme: o primeiro deles é a prodigiosa interpretação de Daniel Day-Lewis, merecedora de todos os elogios e exemplar na representação de uma tão complexa personagem. Depois é notável a mestria formal de Paul Thomas Anderson; há movimentos de câmara que são geniais, há planos que não conseguimos esquecer, (também belíssima é a fotografia de Robert Elswitt), há uma marca distinta de autor. Por fim, as leituras que o realizador consegue dar ao título do filme (o livro não conheço), definem de uma forma bastante inteligente a ambiência quase épica dos inícios das explorações petrolíferas nos Estados Unidos: o sangue como petróleo, símbolo das dificuldades; o sangue como consequência final de todos os fundamentalismos; e o sangue como sangue, Daniel Plainview é um homem centrado nele próprio, que não olha a meios …
O problema é que o filme não se entranha, não nos esmurra no estômago...Ficamos deslumbrados com filme pelo filme, mas quase não nos emocionamos a vê-lo. Paul Thomas Anderson fez este “Haverá sangue” programaticamente, e esqueceu-se das emoções, ou não conseguiu transferi-las para quem vê o filme. E eu continuo a pensar que um filme, ou qualquer outra obra criada, só é grande, quando grande é a empatia, quando grande é a quantidade de sentires, que desperta em quem o vê.
Uma pena.
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Por tudo isto, houve sangue, sim houve. Mas não tanto como esperava...

1 comentário:

Tristan disse...

nem mais!!....

e pensar que into the wild ao invés, fica de fora desta corrida ao oscar, e que tanto puxou pelas emoções..